E.E "Pedro de Mello" Filosofia - Professor Ednilson

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

TEXTOS PARA O 3 ANO--FILOSOFIA E LITERATURA E FILOSOFIA E FELICIDADE


Filosofia e Literatura

O discurso literário se diferencia do filosófico pelo fato que:
I) ele busca suscitar em nós emoções;
II) ele tem um caráter fictício;
III) ele representa situações universais (o universal) sob a forma de um conjunto de representações individuais.


Filosofia
Literatura

Filosofia e Literatura abordam temas
em comum; a Literatura problematiza
situações do cotidiano
e provoca reflexão, assim como a
Filosofia.
Literatura: busca suscitar em nós
emoções; tem um caráter fictício; representa
situações universais (o universal)
sob a forma de um conjunto
de representações individuais.

Filosofia e Felicidade
A moral estóica:
Zenão de Cítio (em grego: Ζήνων Κιτιεύς, transl. Zēnōn ho Kitieŭs; Cítio, 334 a.C. - Atenas, 262 a.C.) foi um filósofo grego, nascido na ilha de Chipre, fundador da escola filosófica estóica, que lecionou em Atenas por volta de 300 a.C. Com base nas ideias dos cínicos, o estoicismo enfatizou a bondade e a paz de espírito, conquistadas através de uma vida plena de virtude, de acordo com as leis da natureza. O estoicismo provou-se altamente bem-sucedido, e floresceu como a filosofia predominante a partir do período helenístico até a era romana.
No pensamento dos estóicos, o fim supremo, o único bem do homem, não é o prazer, a felicidade, mas a virtude; não é concebida como necessária condição para alcançar a felicidade, e sim como sendo ela própria um bem imediato. Com o desenvolvimento do estoicismo, todavia, a virtude acaba por se tornar meio para a felicidade da tranquilidade, da serenidade, que nasce da virtude negativa da apatia, da indiferença universal. A felicidade do homem virtuoso é a libertação de toda perturbação, a tranquilidade da alma, a independência interior, a autarquia.
Como o bem absoluto e único é a virtude, assim o mal único e absoluto é o vício. E não tanto pelo dano que pode acarretar ao vicioso, quanto pela sua irracionalidade e desordem intrínseca, ainda que se acabe por repudiá-lo como perturbador da indiferença, da serenidade, da autarquia do sábio. Tudo aquilo que não é virtude nem vício, não é nem bem nem mal, mas apenas indiferença; pode tornar-se bem se for unido com a virtude, mal se for ligado ao vício; há o vício quando à indiferença se junta a paixão, isto é, uma emoção, uma tendência irracional, como geralmente acontece.
A paixão, na filosofia estóica, é sempre e substancialmente má; pois é movimento irracional e vício da alma - quer se trate de ódio, quer se trate de piedade. De tal forma, a única atitude do sábio estóico deve ser o aniquilamento da paixão, até a apatia. O ideal ético estóico não é o domínio racional da paixão, mas a sua destruição total, para dar lugar unicamente à razão: maravilhoso ideal de homem sem paixão, que anda como um deus entre os 
homens. Daí a guerra justificada do estoicismo contra o sentimento, a emoção, a paixão, donde derivam o desejo, o vício, a dor, que devem ser aniquilados.
A virtude estóica é, no fundo, a indiferença e a renúncia a todos os bens do mundo que não dependem de nós, e cujo curso é fatalmente determinado. Por conseguinte, indiferença e renúncia a tudo, salvo e pensamento, a sabedoria, a virtude, que constituem os únicos bens verdadeiros: indiferença e renúncia à vida e à morte, à saúde e à doença, ao repouso e à fadiga, à riqueza e à pobreza, às honras e à obscuridade, numa palavra, ao prazer e ao sofrimento - pois o prazer é julgado insana vaidade da alma. Dada a indiferença estóica do suicídio como voluntário e moral afastamento do mundo; isto não se concilia, porém, com a virtude da fortaleza que o estoicismo reconhece e louva, e nem se pode explicar racionalmente o suicídio, se a ordem do universo é racional, como precisamente afirmam os estóicos.

Objeções à moral estóica:
1. Uma moral sem qualquer espécie de emoção é contrária à própria natureza humana que os estóicos prezam, ora viver segundo a natureza é também deixar-se guiar por emoções, elas são muitas vezes a nossa mais humana forma de nos relacionarmos e apesar de causarem sofrimento também podem causar felicidade.
2. A virtude como sabedoria faz da moral estóica algo acessível às elites intelectuais não estando portanto ao alcance de um homem vulgar, de uma escolaridade vulgar, o alcance da virtude que só é acessível ao sábio, esta exigência torna a moral elitista e portanto algo que não está acessível a todos.

O hedonismo
A ambiguidade do conceito de prazer permitiu agrupar, sob a classificação geral de hedonismo, várias linhas filosóficas claramente distintas.
Hedonismo é definido como a doutrina que considera o prazer (hedoné em grego) o objetivo supremo da vida. Apareceu muito cedo na história da filosofia, em duas modalidades: a primeira toma o prazer como critério das ações humanas; a segunda considera o prazer como único valor supremo.

O Epicurismo
Epicuro de Samos (341 a.C., Samos — 271 ou 270 a.C., Atenas) foi um filósofo grego do período helenístico. Seu pensamento foi muito difundido e numerosos centros epicuristas se desenvolveram na Jônia, no Egito e, a partir do século I, em Roma, onde Lucrécio foi seu maior divulgador.
A moral epicurista pode ser entendida como uma moral hedonista. O fim supremo da vida é o prazer sensível; o critério único de moralidade é o sentimento. O único bem é o prazer, como o único mal é a dor; nenhum prazer deve ser recusado, a não ser por causa de consequências dolorosas, e nenhum sofrimento deve ser aceito, a não ser em vista de um prazer maior. No epicurismo não se trata, portanto, do prazer imediato, como é desejado pelo homem vulgar; trata-se do prazer refletido, avaliado pela razão, escolhido prudentemente, sabiamente, filosoficamente. É mister dominar os prazeres, e não se deixar por eles dominar; ter a faculdade de gozar e não a necessidade de gozar. A filosofia toda está nesta função prática. Este prazer imediato deveria ficar sempre essencialmente sensível, mesmo quando Epicuro fala de prazeres espirituais, para os quais não há lugar no seu sistema, e nada mais seriam que complicações de prazeres sensíveis. O prazer espiritual diferenciar-se-ia do prazer sensível, porquanto o primeiro se estenderia também ao passado e ao futuro e transcende o segundo, que é unicamente presente. Verdade é que Epicuro mira os prazeres estéticos e intelectuais, como os mais altos prazeres. Aqui, porém, se ele faz uma afirmação profunda, está certamente em contradição com a sua metafísica materialista.
O verdadeiro prazer não é positivo, mas negativo, consistindo na ausência do sofrimento, na quietude, na apatia, na insensibilidade, no sono, e na morte. Mas precisamente ainda, Epicuro divide os desejos em naturais e necessários - por exemplo, o instinto da reprodução; não naturais e não necessários - por exemplo, a ambição; naturais e desnecessários- por exemplo, dormir muito, comer coisas muito caras, etc. O sábio satisfaz os primeiros, quando for preciso, os quais exigem muito pouco e cessam quando satisfeitos; renuncia os segundos, porquanto acarretam fatalmente inquietação agitação, perturbam a serenidade e a paz; mas ainda renuncia os terceiros, pelos mesmos motivos. Assim, a vida ideal do sábio, do filósofo, que aspira a liberdade e à paz como bens supremos, consistiria na renúncia a todos os desejos possíveis, aos prazeres positivos, físicos e espirituais; e, por conseguinte, em vigiar-se, no precaver-se contra as surpresas irracionais do sentimento, da emoção, da paixão. Não sofrer no corpo, satisfazendo suas necessidades essenciais, para estar tranquilo; não ser perturbado no espírito, renunciando a todos os desejos possíveis, visto ser o desejo inimigo do sossego: eis as condições fundamentais da felicidade, que é precisamente liberdade e paz.

Objeções ao Epicurismo e ao Hedonismo.
1. Se a busca do prazer é constante então há sempre uma insatisfação, uma procura de novos prazeres e um certo desencanto perante os velhos prazeres.
2. O hedonismo conduz-nos a um estado de egoísmo em que podemos sacrificar o outro se esse sacrifício implicar um novo prazer para o próprio justifica-se moralmente. Ora este princípio parece-nos contrário ao que é moralmente justo.
Felicidade no contexto contemporâneo. Basear no texto abaixo
è Caderno do aluno p. 23.
O bem e o mal dependem sobretudo da ideia que fazemos deles (Montaigne)

“Os homens, diz uma antiga sentença grega, são atormentados pelas opiniões que têm sobre as coisas, não pelas próprias coisas. Seria de fato um importante passo, para o alívio de nossa miserável condição humana, se pudéssemos estabelecer a verdade desta opinião em todas as situações. Pois se é apenas o nosso julgamento que permite que os males nos adentrem, parece que poderíamos desprezá-los ou transformá-los em bem. Se as coisas se rendem à nossa vontade, por que não tratá-las como dono ou acomodá-las em nosso favor?
Se o que chamamos de “mal” ou de “tormento” não é nem mal nem tormento em si, mas é a nossa imaginação que lhe atribui este caráter, temos o poder de mudá-lo. E já que temos a escolha, é completamente tolo atermo-nos à opção que nos é mais incômoda e darmos às doenças, à indigência e ao desprezo um gosto amargo e mau, quando podemos lhes dar um gosto bom e, o destino nos fornecendo simplesmente a matéria, nos cabe lhe dar forma.”
ð  Música: Comida (Titãs)
Questões:

1.     Segundo o texto de Montaigne como podemos melhorar nossa vida apenas mudando nossas opiniões sobre as coisas?

2.     Morte e padecimentos constituem a nossa natureza. Se, por um lado, nos trazem infelicidade, por outro algumas culturas entendem que a felicidade está justamente na sabedoria de não negá-los, mas, sim, de assumi-los como parte integrante de nossa vida. Com base nos autores trabalhados explique como podemos superar essa mentalidade que não aceita vivenciar questões humanas tão elementares.

3.     Comente a relação entre consumo e felicidade. Lembrando que o consumismo é uma das características mais marcantes de nossa sociedade.

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